Fraternidade EMC – Pesquisa E Divulga:
Conhecimento e aprendizado, sabedoria e crescimento.
Caros leitores,
Apresentamos nessa postagem especial a terceira e última parte em relação aos conceitos e importância da investigação científica, em relevância ao engrandecimento de pesquisas agregando valores à Ciência, e auxiliando no desenvolvimento do raciocínio lógico e da inteligência, bem como na extensão do pensamento e criatividade, de técnicas aplicadas estimulando nossas reflexões e concentrações, na continuidade da publicação da semana passada, avançando no desenvolvimento psíquico e mental.
Apresentamos nessa postagem especial a terceira e última parte em relação aos conceitos e importância da investigação científica, em relevância ao engrandecimento de pesquisas agregando valores à Ciência, e auxiliando no desenvolvimento do raciocínio lógico e da inteligência, bem como na extensão do pensamento e criatividade, de técnicas aplicadas estimulando nossas reflexões e concentrações, na continuidade da publicação da semana passada, avançando no desenvolvimento psíquico e mental.
"“Além da atividade com os conceitos, existem outros aspectos
filosóficos consubstanciais à ciência – nem exteriores a ela, nem posteriores –
que participam igualmente do pensamento e do trabalho científicos, que se
encarnam neles e que constituem, por assim dizer, o estofo do questionamento científico
cotidiano (38).
Tais são, principalmente, as questões referentes à natureza e a validade do
conhecimento científico, à estrutura formal ou lógica das teorias, à
determinação de sua relação com a experiência. Tais são, da mesma forma, certas
disposições que Einstein atribui ao pesquisador, cujo conjunto pareceria
eclético aos olhos do filósofo
sistemático, mas que não são
menos filosóficas pelo fato de cada uma delas não constituir um sistema: o
projeto de representar uma realidade independente, a parte de convenção nesta
construção, sua justificação pelo elo que possui com as experiências dos
sentidos, a escolha do critério de simplicidade lógica... (39)
A filosofia do conhecimento pode, certamente, considerar essas questões
abstraindo a pratica particular de cada pesquisador relativamente a um problema
dado, para alcançar – ou, pelo menos, para problematizar – as características
gerais dessa forma de pensamento que é a ciência. Mas, de outro lado, essas
concepções, sejam conscientes e críticas, ou não formuladas ou simplesmente
herdadas, fazem parte do material a partir do qual trabalha o pesquisador:
incorporadas às suas ferramentas
intelectuais, elas influem
sobre sua investigação mesma, representando, segundo o caso, um papel
heurístico ou de bloqueio... Constituem elementos de seu programa, (40),
e é quase sempre com referência a elas que um cientista julga o êxito, ou não,
do que conseguiu (ele mesmo ou a ciência à qual está ligado).
Como tal, a filosofia se encontra na ciência, no seu movimento e
textura e não somente na avaliação posterior de seus resultados. Compreendemos,
então, como a atividade filosófica – mesmo considerada como simples atitude,
predisposição ou sensibilidade particular a estes aspectos – pode estar
presente no seio do trabalho científico. Esta atividade filosófica pode ser
bastante explícita e adquirir importância decisiva na investigação científica,
através da reflexão crítica do cientista sobre questões epistemológicas de
natureza conceituai ou metodológica (41).
O filósofo e o cientista, neste caso, constituem um só, não pela ocasião, mas
pela natureza do conhecimento científico.
Se é preciso distinguir ciência e filosofia – distinção necessária
mesmo após o que foi dito –, não é porque elas têm muito a ver uma com a outra
e porque possuem implicações mútuas? Quando Alexandre Koyré declara que
"está fora de dúvida que foi uma meditação filosófica que inspirou a obra
de Einstein" – e que, portanto, "poderíamos dizer que, como Newton,
ele foi filósofo tanto quanto físico" –, é a esta ligação constitutiva que
ele faz referência. Ele remete tal ligação à afirmação de um "princípio
metafísico" (42),
que fez com que Einstein escolhesse alguns absolutos e rejeitasse outros.
Absolutos esses (invariância, certos tipos de leis), fundados na "natureza
que é a medida das coisas tal como elas são", e não mais em Deus (Newton)
ou no sujeito cognoscente (Kant). Podemos, certamente, discutir, no detalhe, a
argumentação de Koyré e encontrar alguma ambigüidade em sua afirmação segundo a
qual "hoje como no tempo de Descartes um livro de física começa por um
tratado filosófico" (43).
Ela se presta a mal-entendidos se pensarmos que o trabalho científico começa
pelo enunciado de uma posição ou de um problema filosófico. E o próprio
conteúdo das questões científicas, consideradas em suas especificidades e nas
tecnicidades de suas formulações, que revela ao mesmo tempo sua dimensão e seu
alcance filosófico.
De sorte que pensamento físico e pensamento filosófico mantém
estreita relação, da atividade criadora aos debates sobre interpretação. Mas as
considerações gerais sobre a natureza exata desta relação são ainda imprecisas
e somente o exame de situações efetivas, e dos pensamentos dos cientistas eles
próprios, em sua diversidade, podem nos instruir.
A idéia de filosofia permanece ligada à modalidade de ser, ao
mesmo tempo, uma atitude e uma atividade, com o que isto supõe de investigação
pessoal e de " busca ". Era desse modo, como uma
investigação que o engajava inteiramente, sem garantia alguma de chegar a um
resultado visível, que Einstein concebia sua própria atividade científica. Ele
emitiu, a este propósito, considerações sobre a oposição entre esta busca
desinteressada e o ofício necessário para viver, invocando Spinoza, que vivia
do ofício de artesão polidor de lentes (44).
Einstein é, evidentemente, filósofo neste sentido geral, além das
especializações. Mas é também na acepção mais precisa do termo filosofia, como
questionamento racional desenvolvendo conceitos, buscando compreendê-los e
ordenando suas significações, que nós consideraremos o pensamento de Einstein
enquanto pensamento filosófico: de um lado, pelo objeto (de ciência) ao qual
ele aplica seu pensamento e pela sua abordagem particular deste objeto; de
outro lado, por sua reflexão epistemológica e filosófica a respeito da
atividade do conhecimento científico. Este projeto apela a duas hipóteses de
trabalho ligadas às considerações que precedem.”
(Nota: Trecho do artigo parcialmente publicado em Novos Estudos - CEBRAP, 28, 1990, p. 127-36, em tradução de Fernanda Peixoto Massi.)
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141993000300003
* Responsabilidade escrita, revisão, edição – Discípulo Elias
* Digitação, revisão – Patricia Kelly Hasselmann
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Grupo Fraternidade EMC.
Trabalhando Por uma Humanidade Mais Feliz!
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